quinta-feira, 14 de abril de 2011

Texto sobre Hip-Hop é inserido em livro didático no RS

Contextualização da jornalista e escritora Jéssica Balbino é referência em material
didático em todo Estado do Rio Grande do Sul
Provando que hip-hop e educação caminham lado a lado, a Secretaria de Estado de
Educação do Rio Grande do Sul usou, no livro didático do Programa Estruturante
Boa Escola para Todos trechos do livro Hip-Hop – A Cultura Marginal da jornalista e
escritora Jéssica Balbino.
O livro-reportagem foi escrito por ela e pela jornalista já falecida Anita Motta em 2006, como Trabalho de Conclusão de Curso para jornalismo, pelo Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino de São João da Boa Vista –SP (Unifae).
Lançado em 2009, o material didático que circula em todo Estado do Rio Grande do Sul faz parte do projeto Professor Nota 10 – Lições do Rio Grande.
Para os alunos, na parte musical da cartilha, o hip-hop foi a arte escolhida e, para contextualizar a cultura, a citação da escritora Jéssica Balbino entrou no livro ao lado de poesias do rapper Gabriel, o Pensador.
Para a jornalista, ter o trabalho como parte de um livro didático é dar sentido ao trabalho realizado já há mais de 10 anos com a cultura hip-hop. “Tomei conhecimento do livro por intermédio do King Nino Brown, que é o representante da cultura hip-hop
no país e quem me ajudou muito na confecção do livro-reportagem. Fico muito feliz e orgulhosa por ver que toda dedicação empenhada à cultura está se tornando um objeto de educação por meio de outros livros e cartilhas”, frisa.







Ela teve acesso ao livro através do representante da cultura no Brasil, que viajou nesteano para o município de Santo Ângelo, onde ministrou uma palestra e através do arte-educador Fabiano Airon Brombilla dos Santos conheceu o livro que circula em todo Estado do Rio Grande do Sul. De acordo com ele, é uma vitória ver um texto sobre hip-hop inserido numa cartilha. “O conhecimento e a informação são elementos da cultura hip-hop e um livro didático que traz isso é muito importante para todo movimento”, define.
Ainda segundo Jéssica, é importante que haja essa difusão. “A minha ideia é publicar o livro e, de alguma maneira, levá-lo a escolas, Ongs e unidades educacionais. Acho importante que a informação seja disseminada, tanto que disponibilizo o livro para
download”, diz.
Jéssica Balbino é envolvida com a cultura hip-hop há quase 11 anos, publicou em 2010 o livro Traficando Conhecimento, que fala sobre a cultura e a comunicação nas periferias e já participou da coletânea Pelas Periferias do Brasil (2007) e do livro Hip-Hop: De Dentro do Movimento (2011), ambos feitos pelo escritor Alessandro Buzo.
Atualmente, desenvolve atividades ligadas à educação, cultura e o hip-hop, como o projeto Leia, com distribuição de livros nas periferias e o projeto Um Brinde, em parceria com o grupo Inquérito, com a exibição de um videoclipe de combate ao
alcoolismo em mais de 170 pontos do Brasil e cinco outros países como Cuba, Guiné Bissau, Portugal, EUA e Inglaterra.









Outros textos da jornalista também já estiveram presentes em aulas. Além das palestras e workshops que ela ministra em programas educacionais, o trabalho envolvendo o hip-hop já foi utilizado por outros educadores. No Espaço Cultural Enraizados, em Morro Agudo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro e na primeira aula do ciclo, no pólo Cacuia, que contempla jovens carentes da região, o arte-educador Pedro Alan Lima de Oliveira, 21 anos, conhecido como Petter MC, utilizou um texto da Jéssica Balbino para ilustrar a oficina de rap, que teve também um sarau como uma das atividades de abertura das aulas.
“Utilizei o texto ‘Homem do Gueto’ do livro ‘Traficando Conhecimento’ da Jéssica Balbino porque é um texto que me fascinou. O personagem principal é um cara que sofreu violência e outras coisas ruins durante toda a vida, trilhou o caminho do bem e do mal, conheceu o hip-hop, como todos ali e teve um final surpreendente. Só conferindo para saber, mas quando li entendi que o texto seria de suma importância para a nossa oficina”, conta o professor.
Ele relata que a maior parte dos jovens curtiu e se identificou bastante com o que era lido, num círculo. Desde o último ano, antes do período de recesso, eles já tinham combinado de realizar um pequeno sarau durante as aulas, onde todos participariam
com poesias, poemas, crônicas e textos, próprios ou extraídos de outros livros.
“Ao final, trocamos ideia sobre o assunto e alguns até se puseram na posição de ‘Homem do Gueto’, porém revelaram ter planos diferentes do personagem da história. Foi muito produtivo debater com os jovens sobre o texto”, enfatiza.
O material também já foi utilizado no Sarau do Clube do Livro, também na baixada Fluminense. O arte-educador do Movimento Enraizados, Marcão Baixada conta que utilizou trechos do livro “Traficando Conhecimento” em São João de Meriti. O sarau que acontecia entre alunos e professores sobre os títulos lidos fez com que o jovem
comentasse sobre o livro que estava lendo.
Uma das atividades do sarau era falar qual livro que você estava lendo na época e dar um pouco da sua opinião. Então falei do livro e li o texto logo em seguida. E também utilizei no dia da Consciência Negra num evento do Salão Afro e Espaço Cultural Coisa D’ Negro”, conta.
Serviço – A jornalista disponibiliza o livro para download no blog

Um comentário:

  1. LITERATURA E HIP-HOP SEMPRE ANDÃO JUNTOS
    AS LETRAS CANTADAS QUANDO SE TRANSFOMÃO EM LIVROS... É OTIMO O MOVIMENTO SE RECONHECIDO... MAS TENHO QUE DIZER QUE O HIPHOP NÃO PODE SER APLALDIDO OU ELOGIDO POR PESSOAS DO ALTO 'ESCALÃO' PARA SER RECONECIDO COMO UMA BOA MUSICA. MOVIMENTO EM GERAL MUSICA NEGRA JA ESTA NO ALGE A MUITO TEMPO. A JORNALISTA JESSICA E SUA PASSEIRA ANITA ESTÃO DE PAREBENS... ELAS FEZ, BARROU O RACIONAIS MC QUE NUNCA FAZ NEN UM FILME PARA INTRETER SUA CUMUNIDADE... ESSE BLOG É O.G!!!!!!! PAZ!!!! ANITA-RIP

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